Nei Duclós
Já vai alto o dia, minha prenda
e não me acostumo à tua ausência
meu quarto frio é espera e covardia
fico imaginando teu roçar de rendas
Estás ocupada, executiva fina
eu recolhido ao verbo sem futuro
ditas palavras esnobando línguas
sou monoglota e uso pergaminhos
Tropeço em versos, fora dos projetos
dobras maganos com pose de grife
ninguém pode contigo, atitude fanha
Depois acaba o expediente interno
e voltas carregada de muambas
Te jogas em mim, chave de pernas