Nei Duclós
Não seja formal se eu chegar muito perto.
Vim do deserto, visto apenas um surrado pano
que jogo em teu rosto
No fundo estamos nus no comportamento
as peles conversam, o sonho é invasivo
o poço tem sol na superfície
A água é escassa, impregnada na rocha
toco o bastão em teu veludo oculto
tens os olhos opacos de lua
Não confirmo a profecia, o amor explícito
me alimento ainda de mel e grilos
és o cântaro a solfejar o futuro
Dispa o cabelo do véu mais espesso
abra o corpo para o peregrino
vim com a luz que guardas contigo