Evitar a palavra que se entrega
E pega carona em correnteza
O destino é a quebra, a queda
Poema não é sentimento
É cruzar a pé o deserto
Sem maná que nos sustente
Ou oásis previsto no mapa
Ficamos perdidos em temporais de areia
Água só em comboios fantasmas
Horizontes na fila de miragens
Evite o jipe que traz os mantimentos
Não se entregue à bolsa de remédios
Alimente-se quando fica escasso
Sobreviva sem condenar a obra