Nei Duclós
O mundo dá voltas porque a terra é fixa
É como alfinete na blusa do infinito
Gruda metades estranhas e díspares
Esconde esferas de louça mais lisa
E dança ao som das tontas estrelas
O mundo sabe que é sempre o mesmo
Seja egípcio ou qualquer outro reino
Ou mesmo o encontro casual no metrô
Quando te vejo com saia plissê
E salto alto que te dei de presente
É quando meu plano se mostra perfeito
Teus seios ocultos em soutien transparente
Desejo que ainda se mantém coeso
Foi aqui neste trem a primeira vez
Quando te vi e me apaixonei
Soube então que o dia se repete
Desde que o amor se manifeste
Ordenando o caos num pobre sistema
Onde me perco, sol que nasce torto
E tu, magnífica, meu quarto crescente
Poema que começa com a ciência
E se debate diante da deusa
Nei Duclós