Nei
Duclós
Os
ensaios reunidos neste livro, AS RUÍNAS DO DISCURSO, foram publicados desde
1976 em revistas impressas, como Veja, IstoÉ, Senhor (da Editora Três),
virtuais, como Cronópios, Revista Bula, Digestivo Cultural, em jornais como
Estadão, Folha de S. Paulo, Zero Hora, Jornal Opção, Diário Catarinense, em
prefácios para editoras como a Globo Livros etc. A diversidade da divulgação
nesse largo espaço de tempo tem um vetor principal: são textos fundados na
abordagem literária não tradicional, adaptando as descobertas de grandes mestre
sobre a linguagem, como Barthes, Foucault, Borges, Ezra Pound, e ousando
imaginar um território fecundo de ideias sobre a prosa, a poesia e a História.
UMA SELETA DO NOVO LIVRO
Um copo de
cólera, de Raduan Nassar
A oposição fundamental que
existe neste pequeno texto de Raduan Nassar não é entre um homem (desiludido e
de meia idade) e uma mulher ( jornalista e liberada) È, antes, um duelo entre a
linguagem e o discurso, entre o corpo e a cólera. São dois elementos que,
aparentemente feitos da mesma matéria-prima, possuem rituais diferentes e
evoluem em espaços desiguais.
O corpo ( a linguagem) é a
redenção permanente, o desdobramento do prazer através da proximidade, do
detalhe oculto numa vitrine de formas. A cólera ( o discurso) cabe num copo:
sua arma é a transparência e o seu desespero é a própria limitação.
Os Passos Perdidos, de Alejo
Carpentier
O
romance, ofício maior da literatura, é a aventura humana num território hostil.
É a busca das fontes mais poderosas dessa arte, por meio dos rastros (as
palavras) deixados pelos passos perdidos de tempos simultâneos, fases de
civilizações superadas que coexistem a pouca distância do que se considera o
presente. Por meio de guias, do instinto, das revelações, dos cheiros, da chuva,
do granito, das criaturas de todas as formas, o autor parte para o Incriado,
onde medram plantas que se recusaram a servir de alimento e deuses que jamais
foram nomeados e que desaparecem sem deixar vestígios.
MacBeth, de Shakespeare
O
enigma principal é saber se a trajetória humana determinada pelo Absoluto pode
servir de repasto para o livre arbítrio. No momento em que a vontade se impõe e
faz acontecer, ela estaria apenas cumprindo a escrita ou se transformando, por
meio da transgressão, numa volúpia, a de desobedecer o sagrado, que até as
bruxas adivinham?
AS
RUÍNAS DO DISCURSO
Ensaios
ebook
em PDF
135
Pgs
Edição
do Autor
2016
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