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6 de janeiro de 2012
SINFONIA
Nei Duclós
Não quero você. Quero a liberdade de querer você
Tantos verbos dispersos que dás atenção! E eu à toa, com minha sinfonia
Desisto, então. Por favor, não faça ruídos nos próximos cem anos, senão eu me viro
Não estavas em silêncio. Apenas inventaste minha surdez
Quando te dá na telha, arrulhas
Tens preferências.Nenhuma delas me inclui. Vou me conformar. O que faço com teus beijos, que esqueceste debaixo da nossa árvore?
Procurei embaixo da pedra. Lá estava a palavra que juraste não ter dito
Se houver uma próxima vez, juro que te ignoro. Já estás avisada
Fui correndo te encontrar, mas era alarme falso. Foi só um soneto escrito a partir do teu rosto que alguém jogou pela janela
Vamos fazer assim. Você continua falando com outras pessoas, menos comigo, e eu puxo conversa com o Destino. Quero ver quem ganha
Tenha comigo o dia pleno, que habita o espírito. À noite, contaremos as estrelas compartilhando um travesseiro
Estava escrito. Não adianta dizer que ainda não leu
Antes de nos conhecer, o amor já existia. Era um cachorro vadio que nos recolheu logo que fomos abandonados na rua do coração
Me deixaste esperando na chuva. Quando veio a nova estação, eu ainda estava, com a mesma flor na mão
Você vem de longe e pergunta pela minha saúde. Onde estava eu que não te enxergava, carinhosa?
Estás ligada na mesma nuvem. Lá bebemos a água do poema. A palavra e a leitura. O toque e a reação
Nunca deves calar, eu preciso e quero saber o que se passa em teu coração quando me lês
Deitar e antes de pegar no sono fazer o balanço desse amor que nos toca. Imaginar. Portanto, querer e realizar
Quando me tocam ou dizem que eu consegui tocar, mesmo que seja só pela palavra, a mão de veludo do amor me preenche
Amor que nos derruba devagarinho num barulho de mel escoando sonho abaixo
Vale a pena. Sem isso nada somos, é só o que temos, esse amor no toque profundo que nos leva além e nos deita numa cama de alegria serena
RETORNO – Imagem desta edição: Guilhermina Suggia.
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