23 de dezembro de 2011

ESPOLETA


Nei Duclós

Maduro perfume sob o sol
espalhado ao sabor da sorte
molha além do coração
atinge o núcleo da espiral

É coletiva essa sensação
que balança o sólido coreto
serpentina ralando o chão
falsidade expulsa pelo cheiro

Chega mais perto, diz o corpo ardente
elaborando apertos mais ao norte
onde conflui fluidos de espoleta

Somos pessoas do século dezenove
a fazer galanteio em gesto nobre
e fogo atiçando o que não dorme


RETORNO – Imagem desta edição: Harlequinn and Columbine, de Jean-Antoine Watteau

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