7 de dezembro de 2011

CONFITEOR


Nei Duclós

Desabou o templo das tuas penas
quando forcei a barra no confiteor
Coberta de remorso me segredas
o amor dolorosamente escrito

É matemático: quando moça
escolheste príncipe por ser gato
acabaste de joelhos no telhado
mendigando o rosnar de um falso

Perdeste o prumo da tua chance
e deixaste passar a caravana
hoje sofres olhando teu retrato

Vês como eras linda e sem recato
aprisionavas corações com um só gesto
Agora me tens, lavas a alma desse resto


RETORNO - Imagem desta edição: obra de Lord Frederic Leighton

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