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5 de dezembro de 2011
SAL
Nei Duclós
Soneto é mecanismo de oficina
como o fole, a forja ou a bigorna
martelo que bate a letra grossa
na folha de metal em tarde morta
me pedes um poema, ainda é cedo
não provei o sal que Vênus guarda
em vestidos bordados de tormento
essências perfumadas sob a saia
Nem sempre a musa está pronta
é preciso mais do que entusiasmo
cheiro que misture maresia e mato
e desperte os redutos da tocaia
gemidos de fonte pelo avesso
que ferve no compulsão do graça
RETORNO – Imagem desta edição: obra de William Bouguereau
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