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20 de dezembro de 2011
NOVOS LIVROS
Nei Duclós
É generosa a safra de livros novos neste ano. Os impressos continuam firmes, e irão continuar a existir, convivendo com toda a revolução digital. Toda mudança é soma. A fotografia não desbancou a pintura, nem o cinema o teatro e nem a televisão o cinema. A primeira boa notícia é que meu livro de poemas, o quarto, Partimos de Manhã, foi selecionado pelo Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul para ser publicado em 2012. Foi pelo IEL-RS, na gestão de Ligia Averbruck, em 1975, que estreei com Outubro. Desde 2001, com “No Mar, Veremos”, pela Editora Globo, que não publico uma coletânea de poesia, ofício a que tenho me dedicado cada vez mais, colocando on line a produção destes últimos tempos.
Neste final de ano está sendo distribuído Laguna, obra e paisagem pela Editora Expressão de Florianópolis, com patrocínio de empresas pela lei de incentivos à cultura, um projeto encomendado pelo meu amigo editor e jornalista, Antonio Carlos Coutinho, o Zuba, com quem trabalhei nos gloriosos tempos da Folha de S. Paulo de Claudio Abramo e Tarso de Castro no final dos 70.Com pesquisa de minha esposa, a socióloga formada pela USP Ida Duclós, o livro sobre Laguna é uma incorporação de narrativas e estudos sobre a jóia do litoral catarinense e um assombro fotográfico, que esteve a cargo do jovem Edson Junkes. O visual do livro é mais uma prova da competência e talento de um mestre do ofício, Luiz Acácio de Souza, que conheci muito menino nos idos dos anos 70 aqui nas redações catarinenses.
Há também o segundo volume da saga Diogo e Diana, o casal de adolescentes com poderes sobrenaturais , que a Record está lançando. Projeto de Tabajara Ruas, que me convidou para ajudar a escrever, depois do primeiro livro em 2008 temos agora A Trilha da Lua Cheia, com aventuras espetaculares da turma formada pelo casal e seus amigos, mais alguns adultos especiais. Conheço Taba desde os tempos do Colégio Santana, mas só fizemos amizade em Porto Alegre. Amizade que cruza o tempo e hoje é a fonte dessa parceria de excelentes resultados. É emocionante receber mensagens de professores, alunos, jovens e adultos que adoram as histórias da dupla.
E falando em amizade, Cabeto Bastos, o mais gentil e cavalheiro exemplar da minha geração uruguaianense, a pessoa que é um símbolo do nível de civilização que foi gerada na fronteira, me envia Chico Bastos, o pescador, de Willy Cesar, o perfil aprofundado de seu tio, Francisco Martins Bastos, um cidadão que enfeixa as qualidade do seu tempo, época de grandes estadistas em todas as atividades humanas. Mergulho na leitura e trarei para cá o que tenho aprendido nesta pesquisa primorosa, em que se sobressai a grandeza dos pioneiros do petróleo no Brasil, formados num sistema educacional rígido, em valores familiares e institucionais sólidos e que deixaram um legado eterno para as novas gerações.
Precisamos da poesia, da História, da biografia, da ficção para reforçarmos um imaginário poderoso de forte influência na realidade. Somos palavras que se incorporam na vida bruta dos dias. Amor pela palavra, e mãos à obra.
APRESENTAÇÃO DE “LAGUNA, OBRA E PAISAGEM”
“Este livro sobre Laguna é uma homenagem aos seus cronistas clássicos e contemporâneos, aos seus pesquisadores pioneiros e atuais e ao acervo de narrativas que eles compuseram ao longo do tempo. Aqui Laguna é vista pelos que entendem do assunto e dedicaram ou dedicam suas vidas para reportar, decifrar, celebrar essa joia do litoral catarinense, que se expressa por suas inúmeras manifestações culturais, econômicas, religiosas.
É um mergulho que, a partir da superfície das formas, procura atingir a essência de um lugar que luta pela preservação do seu patrimônio. E que a partir dos vestígios resgata uma parte importante da história do Sul do Brasil.Trata-se apenas de um voo de pássaro diante da grandeza desse acervo acumulado, um plano geral, com alguns closes, das cenas que fazem de Laguna um marco fundamental da civilização brasileira como soma de grandes contribuições de outros continentes e que aqui encontraram seu rosto próprio.
É, portanto, uma história tecida com as palavras que a pesquisa revelou e por isso a sua fonte é compartilhada pelas pessoas que gostam de Laguna e transmitem esse amor a todos que dela se aproximam”. (O Editor)
RETORNO - A crônica "Novos Livros" foi publicada no jornal Momento de Uruguaiana.
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