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18 de dezembro de 2011
COLHEITA
Nei Duclós
Não cultivei nada, no entanto colho
e por isso ando assim, já meio tonto
de explicar a riqueza da despensa
se cheguei aqui sem nenhum bolso
E não foi trabalho, sorte ou jogo
sequer poupança que empilhei no eito
também não casei abrindo o olho
ou recebi herança de remoto espólio
Ninguém pergunta o que compro à toa
toda vez que surge uma colheita
se são castanheiras, folha ou espiga
Querem apenas saber de onde eu tiro
recursos para entesourar tantos favores
é que pago teu lote de flor com poesia
RETORNO - Imagem desta edição: Sophia Loren
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