Nei Duclós
Perdeste um amigo, pergunta ao destino
por que faz criaturas ao tempo submisso
não te conformas com falha tão funda
e te insurges ríspida idêntica a um tigre
Me falta carinho, tão pobre é a ousadia
a morte é íntima em seu rude confisco
Também sou súdito num redemoinho
que arranca com fúria o choro de vidro
Um pedaço de ti se solta, pleno conflito
sorte selada no solidário convívio
se foi para sempre, migalha de vida
Mendigos em fila nos funerais constantes
nos consideramos mais mortos que vivos
sou quem te espera na dor sem antídoto
RETORNO - Imagem: Face the Art, by Teena Lemieux.