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20 de abril de 2013

CHORO DE VIDRO

Nei Duclós

Perdeste um amigo, pergunta ao destino
por que faz criaturas ao tempo submisso
não te conformas com falha tão funda
e te insurges ríspida idêntica a um tigre

Me falta carinho, tão pobre é a ousadia
a morte é íntima em seu rude confisco
Também sou súdito num redemoinho
que arranca com fúria o choro de vidro

Um pedaço de ti se solta, pleno conflito
sorte selada no solidário convívio
se foi para sempre, migalha de vida

Mendigos em fila nos funerais constantes
nos consideramos mais mortos que vivos
sou quem te espera na dor sem antídoto


RETORNO - Imagem: Face the Art, by Teena Lemieux.