Nei Duclós
Rosto é disfarce, tua pintura.
Não a maquiagem, a frescura
mas arte, que imaginas pura
e crias paralela ao universo
Assim manténs a identidade
de algo fora e mais profundo
longe da imagem encoberta
ressoar de passos numa gruta
Lá te espreito, cavaleiro asceta
abismado com a dura descoberta
saber-te mais oculta do que certa
Ninguém chegará à tua caverna
onde flui na fonte do mistério
teu perfil que o sonhar preserva
RETORNO – Imagem desta edição: foto de Marga Cendón.