20 de novembro de 2012

REDES SOCIAIS E CULTURA



Nei Duclós

Já que nada temos em comum e não aturamos as diferenças, vamos culpar as redes sociais.

Já que aproveitamos essa aparência de proximidade para incomodar o avatar vizinho, vamos dizer que as redes sociais estão obsoletas.

Rede social tem infinitos desdobramentos se for encarada como ambiente de um trabalho gratificante, o de compartilhar cultura.

Não existe carisma na vidinha pessoal, tanto de anônimos quanto de celebridades. O que vale é a abordagem transcendente, o pulo cultural.

Compartilhar cultura não é exibir uma erudição que não possuímos. É expor apreensões pessoais e coletivas de manifestações do espírito humano.

É escassa nossa percepção dos acontecimentos culturais. Essa escassez precisa estar exposta, sem que vire uma vaidade pelo avesso.

Não entendo nada disso ou você que entende disso são abordagens furadas. Entendemos a precariedade da nossa percepção, mas é nessa fresta que passa a luz.

Todo repasse de um evento cultural precisa ter a intervenção de quem faz a sugestão, para que as inflexões pessoais se somem a um acervo geral.

Não se trsata de impor leis de comportam,ento ans redes sociais, mas de colher vivências reveladoras que possam contribuir para este momento.

Temos uma chance rara de multiplicar cultura por meio das redes sociais. Não podemos nos abandonar às dificuldades.



As redes sociais se esgotam porque agimos de maneira limitada. Precisamos ultrapassar, romper o dique. Senão estaremos eternamente migrando de um orkut para um face.
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RETORNO -  Imagem desta edição: obra de Escher.