Nei Duclós
Saudade do poema é a curva do teu seio
falo à parte a frase que te parte ao meio
perco a palavra na fábrica de ausência
encontro mensagem amassada no canto
Não entendo, mas não importa mesmo
habitei este planeta quando fui humano
agora sou cometa sumido por milênios
volto para te laçar num passo de tango
Somos dois bizarros, a negar o toque
dançando com o verbo em vez do corpo
suamos frio à toa, trança de rodeios
Joguei fora o conselho dado pelos anjos
quando disseram para te pegar de jeito
acumulei vontade e quero tudo junto
RETORNO - Imagem desta edição: Mia Maestro.