Nei Duclós
Perder a vontade e retirar-se a tempo
dar adeus como um desencarnado
deixar de ser antes que a rosa gire
e apagar-se como um sol que implode
Esse é o destino de quem não venta
e fica imóvel na trilha dos lagartos
abandonar a água por virar deserto
e se misturar ao que não me socorre
É um vínculo que se desfaz no choque
não há movimento que o conserte
está decidido, em folhetins de cobre
É como eu sinto, amor, a sacanagem
do teu gesto me deixando só no cosmo
quando viro apenas pó nesta friagem
RETORNO – Imagem desta edição: Marlene Dietrich.