21 de setembro de 2009

PATRIOTISMO E PATRIOTADA


O colunista Fernando Rodrigues, da Folha, assumiu cedo seu ar precoce e artificialmente envelhecido da geração criada na ditadura, que substituiu a nossa, massacrada e marginalizada, cujos restos foram aproveitados pelo sistema político que a condenou. Um desses restos é a Dilma Roussef, invenção de bolso de colete do mesmo sistema, que procura manter-se à custa da nação destruída pela incúria dos governantes e o sucateamento da soberania. Os dois se merecem. Rodrigues tem a pompa do "pós patriotismo" (a expressão é dele, em artigo desta segunda-feira), a falsa modernidade que viveria sem a idéia da nação.

Como em todos os países existe patriotismo, pois sem ele não há nação e portanto não haveria sobrevivência, Rodrigues mente de que vivemos numa era onde a idéia da Pátria foi substituída pela da "integração". Cita como exemplo o Obama, que representaria o fim do peito inflado dos americanos (basta olhar a foto acima!). Nunca vi asneira maior. Obama é o retrato do patriota americano, senão jamais seria eleito. Basta vê-lo discursando nos funerais de Ted Kennedy. Ali vemos o patriota, falando para patriotas, sobre um grande patriota. Mas Fernando Rodrigues, que faz parte da desconstrução do Brasil soberano, usa Dilma para falar mal do Brasil, país que os criou e os sustenta (já que, se estivessem no Exterior, teriam de lavar pratos, dado o alcance primário de suas produções de pensamento).

Chamando Dilma de "ex-brizolista" (claro, a culpa sempre é do Brizola ou do Getúlio), identifica a patriotada da pré-candidata com a patriotada da ditadura, colocando ambos, que são realmente identicos, no balaio geral do patriotismo. O ame-o ou deixe-o, sr. Rodrigues, não é patriotismo, é patriotada, ou seja, o mau uso do patriotismo para fins sinistros, no caso, a repressão, a violência, a entrega do país e a ditadura. Não se pode falar em patriotismo da era Médici, assim como não se pode falar em patriotismo de Dilma Roussef, que faz parte de um governo entreguista, que se abraça com tiranos, do Irã à Venezuela, que se entrega como um filho da mãe desde a França até a Bolívia e o Paraguai e que não tem nada de patriota e é por isso que lança mão dessa bandeira, pois sabe que o amor à nação mora no coração do povo, dono do voto.

Para usurpar o voto dos brasileiros, para conquistar-lhe a adesão é que se fala tanto em patriotismo. Mas basta a seleção brasileira perder um jogo ou empatar para ouvirmos o clamor pró cidadania estrangeira. Basta um lenço colorado na coxilha para se falar em separatismo. Basta acontecer qualquer coisa para os entreguistas exclamarem: "Isto é Brasil!", como se invocar o nome do país fosse a prova definitiva da nossa incompetência.

Rodrigues cita a velha frase de Samuel Johnson, mas o certo é:"A patriotada é o último refúgio de um canalha". Aí a frase faz sentido. Além disso, Samuel Johnson é inglês, identificado como inglês, é uma das glórias da Inglaterra. Vai lá perguntar para os ingleses se eles não amam a pátria deles, se o povo inglês é formado apenas por canalhas, se Samuel Johnson é neo-zelandês, vai. Repetir frases a esmo é o esporte preferido das mentes superficiais, guindados ao pódium do Brasil entregue aos estrangeiros para que tudo continue como está.

O trágico é que assim Dilma se fortalece defendendo o que abomina, o Brasil, em oposição aos idiotas que negam o país sob o álibi da pós pós pós modernidade. O único país que conta com militantes 24 horas por dia empenhados em acabar com as nossas fronteiras é o Brasil, que está tinindo para ser retalhado em postas (que no fundo gostas, como diz Chico Buarque) em estados fracos e opressivos. Esses dias vi no jogo entre Coritiba e Corinthians o estádio tocando o hino do Paraná, antes do Hino Nacional. Era só o que faltava, hino estadual em jogo de futebol. Felizmente ninguém acompanhou, ficou estranho. Quando chegou a hora do Laranja da China, do Virandô, mil vozes se levantaram.

O patriotismo é o legítimo sentimento de pertença do povo brasileiro. É o que mantem o país ainda unido. Atacá-lo por meio da patriotada ou da confusão de conceitos é crime de lesa-Pátria. Estou avisando: estamos atentos. Pelego na sanga e relhaço. Depois não digam que não avisei.

RETORNO - Imagem de hoje: Obama, o "pós-patriota", ou seja, o cara que deixou de lado o patriotismo em favor da "integração", segundo o articulista da Folha. Ah ah ah ah. A foto tirei daqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário