Nei Duclós
Somos a criação, na mesma sintonia. Pássaros saem de nossos
olhos plenos de poesia.
Perdi tempo ao não vir aqui, pensava. Mas ela me contrapôs
uma fala. Me deixasse acumular o que agora te abraça, me disse.
Há tempos não a visitava. Ela me colocou seus tesouros na
sala. Sorria entre artes e poemas, a fada.
Somos estranhos mas nos inventamos próximos. Fazemos mágica.
Voei, contigo junto. Descobri: tenho asas.
Reparta o que sonhou,
faço parte desse acervo. Somos uma biblioteca na mesma varanda.
Não suma de mim agora que houve pele. Compartilhe a sensação
de ter vencido.
Te beijo, como combinado. Está escrito numa agenda, desde o
início dos tempos.
Gosta de estar comigo, delícia no alto. Banho de luz entre
corpos imaginados.
É impossível que não acabe em abraço. Fomos destinados ao
amor, limite de horizonte.
Agora te convenço que vim de um caos sem ruído. Me ordenas
infinito, sonho paralelo.
Não preciso dizer mais eu te amo. Basta esse andar contigo,
no cais de um universo que se salva.
É raro me sentir assim, à altura da tua graça. Quase toco
tuas alturas, nuvem de prata.
Não suma de mim agora que houve pele. Compartilhe a sensação
de ter vencido.
Te beijo, como combinado. Está escrito numa agenda, desde o
início dos tempos.
Gosta de estar comigo, delícia no alto. Banho de luz entre
corpos imaginados.
É impossível que não acabe em abraço. Fomos destinados ao
amor, limite de horizonte.
Agora te convenço que vim de um caos sem ruído. Me ordenas
infinito, sonho paralelo.
Ninguém apagará o sentimento que gera a palavra. Bate o
coração no fundo sonoro do espanto.
Tenho de partir assim de pronto. Grude teu lenço em meu
pescoço. Viajo com teu cheiro e o vento batendo num telegrama saudoso.