3 de maio de 2013

BARBANTES FINOS



Nei Duclós

Há palavra demais, em cofres mútuos
Pesa como fel em terrenos incultos
Prefiro teu mel, lábios carnudos
Falas como igual, musa noturna

Peso de pluma, consistência de espuma
prefiro a ti do que tantos arrulhos
vaidades mortais sonhando fortunas
temos a praia, refém da doçura

Versos escassos como barbantes finos
que prendem a seda de voos profanos
corremos na vila com pé em pedregulho

É como no jogo de cinco Marias
areia em limites de panos de chita
tuas mãos palmilham minha fantasia