10 de maio de 2013

NAVIO FANTASMA



Nei Duclós

Desamou-me. Laço que se rompe
lugar comum do verbo, ponta solta
do rigor que prego e não assumo
lugar escuro do relacionamento

Fuga do grude, memória finda
foi-se o sol de estarmos juntos
almas xipófagas que desafiam
o bisturi do tempo e do rodízio

Recolheu-se, pois não vale a pena
sofrer à toa por algo tão prosaico
o coração envolto em celofane

Ruas sob tórrido esquecimento
ando pela região do cais, molambo
penetra de um navio fantasma, o sonho