Nei Duclós
Aporte o mar em minha mão, cais
em obras após a solidão, encaixe
molhado em geométrica precisão
atraque no chão do convés vazio
Teu seio faz concha oposta ao frio
espiral do corpo torce o cobertor
corais da carícia na futura cicatriz
enrosco da pele na rota da sol
A quilha do espanto chega devagar
ringe a relação do grude mortal
sirenes no horizonte fazem sinais
combinamos no mesmo redemoinho
que nos suga, inertes, para o sonho
por isso canto, arrebatado espírito
RETORNO - Imagem desta edição: Eva Mendes.