(Para Ubirajara Raffo Constant)
Te foste no ar escasso
poeta de largo fôlego
rédea curta do mormaço
te devolveu ao inverno
Sentes frio, arte longeva
amor que nunca nos falte
Fomos melhores contigo
teu laço agora se parte
Ave Maria te guarde
nas varandas do deserto
Pompa de bravo poeta
com cântaros no alforge
Levas junto a lembrança
da glória de uma cidade
obras que nos inventa
talento que faz História
Partir não estava nos planos
da nossa mesquinha idade
te queríamos para sempre
agora é outro contrato
Assinas com a eternidade
tropel de porta estandarte
cada dobra da palavra
cada pincel, cada forma
Passaremos, meu poeta
vento que somos, dispersos
mas tu ficas, pelo exemplo
que batiza o campo aberto