Nei Duclós
Nada é autêntico, tudo é construído
Deus é testemunha, não protagonista
somos parte da criação como os artífices
de um paraíso que deixa a louça suja
Saia da armadilha que impõe saudade
no teu poema de falsidade tão antiga
abrace o que nos mostra a claridade
no rasgo amargo de uma outra vinha
Aproxime-se do que evitas por fraqueza
não bata no peito se achando o máximo
nem se minimize, sacana flor de plástico
Assuma que és mortal e que inventamos
tudo o que dizemos ser destino
Somos o anjo rubro no portal do exílio
RETORNO – Imagem desta edição: Nicola Roberts.