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3 de junho de 2012

ANJO RUBRO


Nei Duclós

Nada é autêntico, tudo é construído
Deus é testemunha, não protagonista
somos parte da criação como os artífices
de um paraíso que deixa a louça suja

Saia da armadilha que impõe saudade
no teu poema de falsidade tão antiga
abrace o que nos mostra a claridade
no rasgo amargo de uma outra vinha

Aproxime-se do que evitas por fraqueza
não bata no peito se achando o máximo
nem se minimize, sacana flor de plástico

Assuma que és mortal e que inventamos
tudo o que dizemos ser destino
Somos o anjo rubro no portal do exílio


RETORNO – Imagem desta edição:  Nicola Roberts.