Nei Duclós
Tem o amor da manhã, do dia claro
estendes os varais do teu sossego
saciada em ponto líquido e infinito
caça de passarinho em borboleta
Tem o amor da tarde, mais lascivo
fantasias com roupas bem bizarras
e me pegas à traição fingindo medo
me levando de arrasto na coleira
Há o entardecer, em que sonhamos
diante do mar que engole a Lua
e o sol se banha de olho nas sereias
À noite é impossível o equilíbrio
pois é véspera do espanto mais confuso
estás de roxo e eu de faca na cintura
RETORNO - Imagem desta edição: Anne Hathaway.