Quinze anos atrás, Miguel Lobato Duclós (1978-2015) publicou esta lista comentada por
ele de livros de iniciação à Filosofia para estudantes, entusiasmado com a
perspectiva de a mãe de todas as ciências voltar a ser ensinada nas escolas. Miguel
convivia com a esperança de um mundo mais esclarecido e sabia a importância de
estimular a leitura desde cedo. Criado numa biblioteca, a da nossa casa, que ele
enriqueceu de livros fundamentais e que agora leva seu nome, alternava o acervo
impresso com o mundo virtual e sentia a necessidade de abastecer a internet com
a riqueza dos volumes que ele acumulava e lia e se espalhava por todas as peças.
Digitalizou inúmeros textos e livros inteiros para que todos pudessem conhecer
o que estava confinado em estantes remotas. Assim é Miguel Lobato Duclós , um
filósofo no front, que deixa mais do que um legado, um exemplo. Amor e
iluminação na vida dedicada aos estudos.
LISTA DE LIVROS SUGERIDOS PARA ESTUDANTES
DO ENSINO MÉDIO OU INICIANTES EM FILOSOFIA
MIGUEL DUCLÓS
Após a leitura desta bibliografia você saberá as principais
correntes e pensadores da História da Filosofia, além de adquirir uma boa base
para futura especialização em alguma área e domínio do vocabulário técnico da
filosofia. Note que alguns dos livros não tem apenas iniciantes como
público-alvo, mas podem ser usados por estes sem problemas. Recomendo também
uma busca no catálogo das bibliotecas da FFLCH – USP para achar os dados de
publicações sobre filosofia em português ou em outras línguas.Esta lista serve
tanto a estudantes aplicados do ensino médio quanto para pessoas de outras
áreas que desejam adquirir mais solidez intelectual e conceitual em seus
trabalhos. Os livros que menciono como estando no catálogo das editoras
provavelmente podem ser adquiridos numa boa livraria, como a Livraria Cultura.
Outros títulos podem ainda ser pesquisados em Sebos. Esta lista pode ser
aumentada ou modificada ocasionalmente. Prefira sempre uma grande casa
editorial, que tenha um responsável conhecido cuidando. Algumas editoras que
costumam editar boas traduções de filosofia: Calouste Gulbenkian (Portugal),
Edições 70 (Portugal), Martins Fontes, Companhia das Letras, Zahar Editores e
as universitárias: UNESP, Edusp, Unb.
Em primeiro lugar, a publicação mais séria, de grande
pioneirismo e alcance na difusão da filosofia no Brasil e dos textos clássicos,
foi editada pela Abril Cultural: a coleção “Os Pensadores”. Elaborada a partir
dos anos 70, quando os departamentos de filosofia já amadureciam sua produção,
idealizada por José Américo Mota Pessanha, esta coleção é composta de 54
volumes, cada um contém ou o principal livro do autor, ou alguns dos seus
textos completos, ou ainda – como é o caso do volume Nietzsche – uma seleção de
trechos. Além disso, há sempre uma introdução com vida e obra, coordenada por
um profissional responsável, geralmente um estudioso do assunto. Os pensadores
abordados são os mais importantes e clássicos da filosofia, e alguns volumes
são dedicados a mais de um autor. O primeiro volume é uma História da Filosofia
do Will Durant, que se encontra editada em várias outras versões (veja abaixo).
Muitos dos livros e das traduções desta coleção também figuram em outras
edições .
Existem várias edições de “Os Pensadores”. A melhor é a
primeira, feita a partir de 1974, que tem uma capa azul dura. Ela é facilmente
encontrada em vários sebos nos centros urbanos, e alguns inclusive vendem a
coleção completa. Nesta primeira edição, a “vida e obra” vem em encartes
separados, em papel de luxo com ilustrações coloridas. Geralmente os sebos
vendem os livros sem o encarte, mas se você tiver sorte, pode achar os dois
juntos. Além dos sebos, qualquer biblioteca que se preze em sua cidade há de
ter esta coleção na seção de Filosofia. Isto também vale para os outros livros
fora de catálogo citados neste índice.
Se você não conseguir achar a primeira edição, até a
terceira edição – a de capa branca com a foto de um filósofo na capa, da década
de 80 – mantém o conteúdo inalterado. As edições posteriores a essa, porém,
fragmentam ou mutilam o conteúdo, portanto não é desejável que você as adquira.
HISTÓRIAS DA FILOSOFIA
Evidentemente eu não estou a par dos últimos lançamentos nem
conheço todos os livros de História da Filosofia, que formam um mercado
editorial vastíssimo. Posso, porém , comentar e recomendar as seguintes
Histórias da Filosofia :
Chatêlet, Fançois
(direção) História da filosofia: idéias, doutrinas Zahar editores, 1974. R.J .
Tradução. de Maria José de Almeida- em 8 volumes. Essa coleção é divida por
períodos históricos e correntes filosóficas, e não por pensadores. São
convidados diversos professores para escrever os artigos em cada área. Essa
coleção pela Zahar está esgotadíssima, mas existe também uma tradução
portuguesa pela Guimarães.
Bréhier, Emile.
Historia De La Filosofia. Buenos Aires : Sudamericana, 1962 – em 3 volumes. Há
uma tradução para português publicada pela editora Mestre Jou, mas está
esgotadíssima. De qualquer forma, ela pode ser consultada em espanhol nesta
edição argentina. Destaque para os textos de filosofia antiga, como o
estoicismo, do qual o autor era um estudioso.
Russel, Bertrand .
História da Filosofia Ocidental – em 4 volumes. Esse obra tem várias edições em
várias editoras, por isso não coloquei nenhuma específica. Me parece que já faz
algum tempo que ela não é reeditada, de qualquer forma, é bastante fácil de ser
achada em sebos ou bancas de livros usados. Bertrand Russel é um importante
matemático, lógico e filósofo científico. Desta forma, não é de se espantar que
ele não limite sua tarefa de historiador a explanações sintéticas. Russel
analisa os filósofos, criticando-os segundo suas opiniões, elegendo-os segundo
uma “hierarquia”, chega mesmo a desqualificar alguns importantes, como
Nietzsche e Platão. Essa história consta aqui porque é popular, mas eu
particularmente não recomendo. Se quiser ler, leia com cuidado para não se
deixar influenciar demasiadamente.
Reale, Giovanni . História da Filosofia
Antiga. Giovanni Reale é um professor italiano especialista em Platão,
atualmente um dos que mais conhecem filosofia antiga. Isso não transforma essa
sua História da Filosofia Antiga em algo que só pode ser compreendido por
eruditos. Pelo contrário, seu estilo explanatório e prolixo levará o estudante
a tirar de letra os mais complexos conceitos da filosofia platônica,
aristotélica etc. Apesar disso, também empurra para o estudante o resultados de
suas reflexões originais, como a teoria das doutrinas não-escritas de Platão. É
autor junto com Dario Antiseri de outra História da Filosofia. (ver abaixo).
Esta obra se encontra no catálogo das livrarias, embora tenha um preço muito
salgado.
Reale, Giovanni. e
Antiseri, Dario. A História da filosofia. Editora Paulus. 1990. – em 3 volumes.
Aqui temos um resumo de cerca de 30 páginas para os principais filósofos. O
resumo é muito bem feito, no geral, e consegue explicar para os estudantes os
principais pontos relativos a um autor. Feito para o colegial italiano, é mais
avançado até que alguns cursos universitários brasileiros. É engraçado o enorme
espaço dado aos filósofos italianos, como Maquiavel e Campanella. Estes volumes
se encontram à venda nas principais livrarias. Agora está sendo também
constantemente editado.
Durant, Will.
História da Filosofia, em um volume. Bem, este é o primeiro volume dos
Pensadores que mencionei acima. Embora, este livro tenha um escopo bem menor do
que os outros até agora mencionados, resolvi incluí-lo. Will Durant é um
escritor americano que consegue simplificar de forma absorvível as idéias
contidas no livro principal de alguns autores. Ele comete algumas omissões
intoleráveis para uma História da Filosofia que pretende abarcar todas as épocas,
mas apresenta um bom resumo dos autores que aborda. É facilmente encontrado à
venda.
Gilson, Etiénne.
História da Filosofia Medieval. – Talvez não seja apropriado recomendar estes
livros para iniciantes. Eles ganharam tradução pela editora Martim Fontes.
Gilson é, talvez, o maior comentador de Filosofia Medieval que existe, seu
livro traz tudo o que precisa ser conhecido sobre este período, com uma notável
erudição. Adicionalmente, trata muito bem os filósofos modernos, especialmente
os do século XVII.
LIVROS DA PROFESSORA MARILENA CHAUÍ
Dentre os inúmeros campos de atuação desta professora – que
vem formando gerações de filósofos -, se inclui a luta pela volta da filosofia
para o segundo grau e a divulgação da filosofia para leigos. Neste aspecto, são
particularmente interessantes estes três livros, adotados como padrão em muitas
escolas .
Chauí, Marilena.
Introdução à história da filosofia. Conteúdo do v.1- dos Pré-Socraticos a
Aristóteles. Esta obra foi projetada para ser publicada em 3 volumes, porém até
agora somente o primeiro volume – sobre filosofia antiga, foi lançado.
Facilmente encontrado em livrarias.
Chauí, Marilena –
Primeira filosofia : lições introdutórias : sugestões para o ensino básico de
filosofia. – Esse eu não li, mas é bastante usado pelos professores do segundo
grau. Existe um volume chamado Primeira Filosofia com textos preparados por
professores da USP.
Chauí, Marilena –
Convite a filosofia – Este é o livro mais clássico e completo da professora no
quesito introdução à filosofia. A divisão do livro é muito interessante:
temática, explana os principais tópicos da investigação filosófica para o
aluno. Constantemente reeditado e revisto. A nova edição aborda na introdução o
famoso filme Matrix.
OBRAS DE REFERÊNCIA – DICIONÁRIOS
Úteis tanto para estudantes avançados quanto para
iniciantes, os dicionários de filosofia são, na verdade, indispensáveis. Eles
ajudam a não nos perdermos em meio ao vasto vocabulário técnico da filosofia, e
a não misturar o significado filosófico de um conceito com o seu uso corrente,
como é o caso de vários verbetes : alienação, ceticismo, ética etc. Para uma
apresentação de vários dicionários, ver essa seção do Diretório de Links do
site.
Dicionário Básico
de Filosofia – Hilton Japiassu e Danilo Marcondes. – Sem dúvida o melhor
empreendimento deste gênero de autoria brasileira. Os verbetes vão direto ao
ponto e procuram mostrar diversas definições de um mesmo conceito. Possui ainda
verbetes com vários filósofos, explicando seu tópico central. Da Zahar
Editores, facilmente encontrado nas livrarias.
Dicionário de
Filosofía – de José Ferrater Mora .- Na minha opinião, o maior dicionário de
filosofia já feito. Uma construção simplesmente monumental. Sua última edição
revista e atualizada tem 4 volumes. Cada verbete gera praticamente um artigo,
constituindo assim uma história dos conceitos. Há ainda um índice de filósofos
e uma bibliografia para cada um deles. A tradução para o português é recente,
mas não compre um resumo, somente o texto integral. O original é em espanhol,
pela Editora Alianza, de Madrid. As versões antigas podem ser encontradas em
sebos e as novas em livrarias estrangeiras. Em ambos o caso, o preço é
caríssimo.
Dicionário de
Filosofia – Niccola Abbagnano – com várias edições, em especial a da Editora
Mestre Jou, de São Paulo 1982. – um dos mais completos e eficientes dicionários
disponíveis. Facilmente encontrado nas livrarias.
Vocabulário
Técnico e Crítico de Filosofia – De André Lalande, posteriormente ampliado pela
Sociedade Francesa de Filosofia. Também com várias reedições, como a da Editora
Martins Fontes, São Paulo, 1996. Esse é o mais conhecido e usado dicionário. Dá
ênfase à historiografia dos verbetes e às suas etimologias. Apresenta diversas
citações no original, com suas respectivas traduções. Infelizmente, patina em
alguns pontos, pois dá importância exagerada à alguns verbetes e praticamente
ignora outros. Por exemplo, o verbete paradoxo meio que ignora o significado
mais comum do termo na filosofia. De uma maneira geral, funciona muito bem até
Kant, mas está ultrapassado para as correntes do século XX, principalmente da
segunda metade do século XX. Facilmente encontrado em livrarias.
COMENTADORES ESPECÍFICOS DE UM AUTOR
Eis um ramo que tem crescido muito e no qual é preciso tomar
cuidado para separar o joio do trigo. Como ainda estou empenhado nesta árdua
tarefa, a lista se encontra extremamente enxuta.
Dicionários de
Filósofos – é uma coleção editada pela Jorge Zahar com vários volumes já
publicados. Embora eles pudessem constar na seção de Dicionários acima, decidi
incluí-los aqui, pois são dicionários temáticos sobre um filósofo. Estes
dicionários são elaborados por especialistas e trazem de 100 a 150 verbetes
sobre os conceitos e as obras de um autor. Assim, se você quiser consultar, de
forma breve, o que é direito natural em Locke, ou estado de natureza em
Rousseau, ou o cogito em Descartes, a dialética em Hegel esta é a publicação
adequada. Os principais verbetes ocupam várias páginas, e tem uma explanação
bastante satisfatória. Eu conheço os volumes Rousseau, Locke, Descartes e
Wittgenstein, embora haja outros que seguem o mesmo padrão. Editado
recentemente.
Prefácio a Platão
– de Erick Havelock. Este livro deve fazer parte da biblioteca básica de
qualquer estudante de filosofia. O autor elucida a teoria de Platão traçando
paralelos constantes com a cultura grega em geral. Disponível em livrarias
Sócrates – de
Francis Wolf , ed. Brasiliente, São Paulo, 1982 – Este livreto faz parte da
coleção “Encanto Radical” , que apresenta vida e obra de vários personagens da
cultura, história, filosofia etc. O volume Sócrates é escrito por Wolff, um
competente helenista francês. Disponível em livrarias
Nietzsche – Uma
filosofia a marteladas – de Scarlett Marton. “Coleção Encanto Radical”. Embora
a autora tenha refinado bem mais os escritos sobre sua paixão – Nietzsche –
desde a publicação deste livro em 1983, ele se mantém uma interessante
introdução em estilo ensaístico a este polêmico autor. Encontra-se em
livrarias. Outros livros da mesma autora, que é professora da USP e
coordenadora do Gen – Grupo de Estudos Nietzsche: Nietzsche – a Transvaloração
dos valores – Extravagâncias – Ensaios sobre a filosofia de Nietzsche. Da mesma
maneira, existem outros volumes da coleção Encanto Radical, como o volume sobre
o filósofo Pascal, feito pelo professor Gérard Lébrun.
ALGUNS TEXTOS CLÁSSICOS QUE PODEM SER ABSORVIDOS POR
INICIANTES.
O diálogo em torno de um autor clássico nunca se esgota, e é
por isso mesmo ele é considerado clássico. Mas você pode ter diversos níveis de
leitura num mesmo texto. As releituras são sempre bem vindas, pois com elas
amadurecemos as questões, fazemos relações e analogias, absorvemos melhor o
conteúdo. Além disso, nenhum comentador pode substituir a leitura da obra de um
filósofo, sem intermediações. Separei uma lista de textos clássicos que na
minha opinião podem ser lidos pelos iniciantes em filosofia. Muitos destes
textos se encontram na já citada coleção Os Pensadores. Os comentários a estes
livros, muito simples, são dirigidos aos estudantes que ainda não os leram. A
lista também é só uma sugestão, e poderia ser outra.
Apologia de
Sócrates – de Platão. Disponível para leitura, sem maiores comentários aqui no
nosso site. Este é um clássico absoluto. Platão apresenta como poderia ter sido
a defesa de Sócrates diante do democrático tribunal ateniense, quando acusado
por Anito e seus comparsas de corromper os jovens e negar os deuses do estado.
Teria sido Sócrates realmente um mártir? Poderia ele ter escapado da sentença
se assim desejasse? Teria a acusação sido feita pela militância aristocrática
contra o regime de Péricles? Navegue por este livro para tentar achar as
respostas.
A política – de
Aristóteles – O livro-síntese do pensamento político clássico , trata das
diferentes formas de governo e de organização social, segundo o significado
original de política – as coisas relativas à Pólis. Diversas edições e
traduções.
Confissões – de
Santo Agostinho. – Este livro pode irritar os mais jovens, que tem uma
relutância natural contra a prosa religiosa. Porém, quando estudado com calma
se encontra – além das louvações do Santo – uma argumentação extremamente
aguçada, concatenada e racional acerca dos problemas que afligem a humanidade:
a origem do mal, a salvação divina, a relação entre fé e razão etc. Além disso,
Agostinho praticamente inaugura o gênero autobiográfico com este livro. Prefira
a edição da Martins Fontes.
Confissões – de
Jean-Jacques Rousseau . Rousseau, que sempre criticou a hipocrisia da sociedade
ocidental, escreve este livro de peito aberto, contando sua vida desde as mais
remotas lembranças da infância, sem procurar louvar a sua pessoa ou satisfazer
sua vaidade. Uma viagem introspectiva, psicológica, ao universo interior deste
pensador importantíssimo que reformulou as ciências humanas. Eu tenho uma
tradução antiga da Rachel de Queiroz, mas este livro também é constantemente
reeditado.
O Príncipe – de
Maquiavel . O que dizer do mais importante livro de política da Idade Moderna?
Apenas que mudou a maneira de se ver o mundo. Escrito no contexto político da
Itália na Renascença, que, segundo o autor, precisava ser unificada, este é o
livro que separou a política da ética e da religião. Leia o livro e descubra
porque simplificações e chavões como “os fins justificam os meios” não servem
para resumir um autor. Disponível na internet e em milhares de edições fora
dela.
A Utopia de Thomas
More. – Este livro pode ser lido como um simples romance, embora naturalmente
não o seja. Nele estão presentes a teoria política, a crítica social, a
construção de valores, propostas científicas e éticas. Tão importante que
cunhou o termo utopia, porém de leitura fluente e fácil. A edição da Martins
Fontes é boa. Editado no Brasil desde as primeiras décadas do século XX.
Cândido – de
Voltaire – Um dos melhores contos de Voltaire, critica abertamente o “otimismo
leibniziano” que propõe este mundo como o melhor mundo possível de acordo com a
Providência. O pessimismo de Voltaire se justificou ao observar o massacre de
inocentes durante um terremoto em Lisboa. Cândido é um personagem ingênuo, que
sai de sua terra natal e percorre o mundo – inclusive El Dourado na América –
sempre lidando com a ganãncia e malignidade alheia. Pode ser lido em uma tarde,
e é edificante e útil. Diversas edições e traduções.
Zadig – de
Voltaire. – Outro dos contos de Voltaire, porém este tem um enfoque diferente.
A trama se passa na Babilônia e Zadig é um exemplo de homem virtuoso que vive
mil aventuras atrás de seu verdadeiro amor e acaba virando um rei. O
interessante é que este livro, ao contrário de Cândido, desculpa a providência
e os desígnios superiores. Uma opção barata é a edição da Ediouro.
O manifesto do
Partido Comunista – de Marx e Engels. Está disponível em diversos sites na
internet, depois que completou 150 anos de publicação. Um clássico
indispensável para intelectuais de todas as áreas e tendências. Verdadeiramente
bombástico, é cheio de efeitos retóricos, pois é dirigido ao grande público, ao
contrário dos escritos mais “esotéricos” de Marx. O momento histórico tratado é
o que viviam os operários e o partido comunista pela metade do século XIX.
Apresenta uma brilhante interpretação do processo histórico que levou à
ascenção da “mais revolucionária das classes – a burguesa” e à Revolução
Industrial- que modificou toda a civilização, a sociedade, as relações de trabalho
e os modos de produção. A frase-síntese desta análise já rendeu até um título
de livro de Marshall Berman: “Tudo o que é sólido desmancha no ar” .
Minhas condolências. Deus o tenha.
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