16 de janeiro de 2015

DECRETO



Nei Duclós 

Complicou demais para o poema.
Deslocou-se o eixo do verbo.
O terror veste pálida lua.
O amor é vendido por decreto.

Lutamos em bastidores enquanto
a mentira preenche o palco.
Não se decepcione, dizem, não seja
ingênuo. Já sabíamos de cór
este último parágrafo.

Jogamos a toalha no ringue de sangue
e deixamos de lado o que um dia foi palavra.
Remoemos o amanhecer, obrigatória trégua.
Temos no bolso uma estrofe cega.
Ela canta, nos ensina a rearticular o verso


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