29 de janeiro de 2015

O MISTÉRIO DE AFRODITE



Nei Duclós

Mexi em tua caixa de luas
escolhi as mais ardentes
para usares de pingentes
quando vieres transparente
iluminar minha rua

Teu desejo é a minha trova
a prova que pões na luva
despida em gala de núpcias
quando a valsa mais antiga
te rodopia entre as nuvens

Invento que sou cativo
das dobras da tua doçura
para ficar preso à cama
onde à noite te lambuzas
das fantasias mais íntimas

Gostas do fogo recluso
onde quebramos as regras
eu no porão, tu na areia
gaivota que busca a vida
nos mares onde desmaio

Ora, dirão, isso passa
é capricho de palavras
Não sabem que te recito
para que tenhas completa
meu sistema de armadilhas

O mistério de Afrodite
é ser mulher sendo eterna
desestrutura os abismos
principalmente se digo
que ela é minha e eu sou fera





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