28 de janeiro de 2015

NADA É MEU



Nei Duclós

Nada é meu, nenhum canto
desta terra firme
por isso sou do mar, do rio
lar que me negaram

Possuo o ar quando respiro
os raios do sol no navio
de onde se avista
o sal de uma sereia

O que me pertence é o mel
que compartilhas
na hora apropriada, quando
pássaros saem do teu seio

Nada é teu, exceto o tempo
que dedico à flor
Vida é o canteiro que cultivo
pétalas de esplendor



RETORNO - Imagem desta edição: Rio Uruguai, foto de Marga Cendón.

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