Nei Duclós
Complicou demais para o poema.
Deslocou-se o eixo do verbo.
O terror veste pálida lua.
O amor é vendido por decreto.
Lutamos em bastidores enquanto
a mentira preenche o palco.
Não se decepcione, dizem, não seja
ingênuo. Já sabíamos de cór
este último parágrafo.
Jogamos a toalha no ringue de sangue
e deixamos de lado o que um dia foi palavra.
Remoemos o amanhecer, obrigatória trégua.
Temos no bolso uma estrofe cega.
Ela canta, nos ensina a rearticular o verso
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