Nei Duclós
Não é de paz que o verso é feito
desfile de pomba e lençol branco
gesto de pompa pela caridade
jogo de sofás sem desconforto
Também não é de luta sua vontade
quedas no front e ordens de bastilha
fogo de mísseis misturado ao sangue
rodízio de balas em ponte levadiça
O verso não serve como par romântico
lisura de pele cevada no crepúsculo
verbo não exerce a missão de amante
Não insista, a palavra não compactua
não serve de insumo para platitudes
Poema é um tranco, corpo prematuro
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