Nei Duclós
Liberdade é encontrar-se no ofício
saber fazer na confluência íntima
dedicar-se a pleno longe do ruído
evitar o ciclo e a sedução do circo
Entender-se provisório a correr o risco
completo sem chegar a ser perfeito
espaço que ocupas por ter o direito
de inventar a vida no estéril cerco
Cultivar fora do olhar sonâmbulo
do sono que se ilude em ser atento
truques antigos do vampirismo
reserve a luz que todos desperdiçam
Imaginar a fala no corte da barra
desafio de sol no impulso do dia
sobrepor a lua no mar reprimido
bordar estrelas no sonhar aceso
Depois abandonar-se dessa origem
fonte a jorrar no criador trêmulo
viajar disposto a combinar acertos
ainda presos em limite extremo
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Chagall.
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