20 de dezembro de 2018

SEM PERDÃO

Nei Duclós


Não podes vIr, já que foste embora
E puseste pedras nas trilhas do acesso
O perdão não é contigo, pétala no exílio
Vocação de espinho e dor da memória

Ainda usas o perfil de lua sonhada
Que fiz para ti na noite de rainha
É porque continuo vivo, perda de uma vida
Embora tua ausência preencha todo o espaço

Eu sabia que o amor tinha esse desfecho
Mas não para nós, união indissolúvel
Mas o destino mostrou a identidade
dos frutos que no outono caem esquecidos

Não peço que voltes, não há mais caminho
Foste a beleza que um cruzeiro confuso
Afogou junto com os sons de um violino
Havia naufrágio e eu só via as estrelas
Quando acordei eu jazia no fundo



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