Nei Duclós
Tiras da tua superfície
qualquer resquício de metal nobre
ou de casca impura de tisnado cobre
Deixas apenas a pele da doçura
que tens de sobra em tua preciosa sorte
Não que maquies a presença física
a representar a atitude espúria
pois és feita de carmim e por dentro a sóbria
condição de espuma
O que não contradiz a intensa floração
do teu espírito cada vez mais lúcido
Clareza que não dispensa a neblina
força que não derruba a pilha de pétalas
de tua beleza súbita
És o que não enxergam.
Tanta impostura de reduzir a pó
o que expões com brilho
Falta o mergulho dessas almas pobres
para que vejam onde alcança
tua planície, que está além do corpo
e da postura
É pura criação de um sopro
que surge por acaso
no pulmão com o fôlego
de um dilúvio
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