Nei Duclós
Teces o tempo com tuas mãos líquidas.
O algodão de fios fluidos borda o destino
visível. Uma vela assoma na escuridão
vencida, no navio imóvel, mas com ímpeto
O coração preso de tocaia como um latido
a farejar de longe tuas palhas de milho
ninho sonhado, mas inacessível, choque
de um desfile que sequestra a carruagem
Fora da coragem, permaneço incógnito
planeta sem batismo a seguir a estrela
campeão do torneio que foi só delírio
Nada se encaminha, musa do fascínio
sou o pó de tuas estradas, amor perdido
de palavras como pedras, tear em ruínas
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Roberto Weigand