6 de setembro de 2012

INUNDAÇÃO



Nei Duclós
   
Nada sabes da dor, bonita
Décadas confinado , cidades opacas,
 janelas cinzas, alegorias sinistras.
Jamais ver o sol de um grande grito

Nada sabes do que é sofrer sem amor
enquanto a vida se esvai ao infinito
Fantasiar o real que te salvaria
e entregar-se à desesperança

Ser podado em todos os sentidos
por malvadeza, pouca sorte ou destino
nunca chegar a vez do momento livre

E guardar em si essa inundação
que hoje sem querer te agride
e te atrai, final de desperdício


RETORNO – Imagem desta edição: Maureen O´Hara.