Nei Duclós
Nada sabes da dor, bonita
Décadas confinado , cidades opacas,
janelas cinzas, alegorias
sinistras.
Jamais ver o sol de um grande grito
Nada sabes do que é sofrer sem amor
enquanto a vida se esvai ao infinito
Fantasiar o real que te salvaria
e entregar-se à desesperança
Ser podado em todos os sentidos
por malvadeza, pouca sorte ou destino
nunca chegar a vez do momento livre
E guardar em si essa inundação
que hoje sem querer te agride
e te atrai, final de desperdício
RETORNO – Imagem desta edição: Maureen O´Hara.