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10 de setembro de 2005
A DITADURA CIVIL TENTA UMA SAÍDA
A ditadura civil que nos governa desde 1985 procura se salvar depois de aprofundar os princípios do regime instaurado em 1964 - arrocho salarial, entrega da soberania, expropriação financeira e patrimonial da população, extrema concentração de renda, miséria e violência. Os responsáveis pelo atual regime - o coronelato político dos antigos e novos grotões, os banqueiros tradicionais e emergentes, as novas elites do estamento burocrático ligado aos fundos de pensão, o caciquismo das multinacionais em conúbio com os apaniguados em eterno rodízio no poder - já tinham ido longe demais com Collor e FHC, quando o Brasil foi presenteado de mão beijada para a máfia internacional. Chegaram ao fundo do poço com Lula, que em troca da política econômica herdada se cercou de uma quadrilha de sicários. Agora buscam a chamada terceira via, capitaneada por essa contrafação que é Anthoy Garotinho, que contratou o economista Carlos Lessa para uma receita que mistura trabalhismo, nacionalismo e populismo. Enquanto isso o PDT, que teria agora a sua chance, aposta as fichas em quadros adventícios, como sempre, como é o caso de Cristóvão Buarque, egresso do PT e de seus equívocos.
DIREITA - O populismo foi inventado pela direita para tentar barrar, pelas urnas, o crescimento do antigo PTB. Sua encarnação chama-se Jânio Quadros, que ganhou as eleições e retirou-se do poder, provando a irresponsabilidade de quem inventou um louco só para evitar que o trabalhismo voltasse ao poder. Povo está na raiz da palavra populismo, diz Carlos Lessa para justificar sua miscelânea. O que está na raiz da palavra chama-se sacanagem. Ganhou status acadêmico com Francisco Weffort, que depois de fazer o serviço sujo bandeou-se para o tucanato, onde usufruiu por longos anos o poder. O nacionalismo não pode fazer parte de mais uma fantasmagoria política, essa terceira via de araque, que está sendo gerado por um monstro, o PMDB, o partido que reinou no início da ditadura civil por meio de seu ogro, José Sarney (por falar nisso, onde anda o senador maranhense do Amapá? hum...aí é que mora o perigo).
PLATAFORMA - O que fazem os trabalhistas? Perdem sua chance de ouro ao não lançar quadros próprias à presidência. Vão apostar em Cristóvão Buarque, quando possuem Jefferson Peres, o mais respeitado parlamentar brasileiro. O PDT adora grudar em quem nada tem a ver com ele. Fizeram isso em todo o Brasil, especialmente em São Paulo, quando chegaram ao cúmulo de lançar candidato o Francisco Rossi, que acabou malufando. A solução deve ser encontrada fora da ditadura civil. Em primeiro lugar, fazer uma auditoria nas urnas eletrônicas, com presença de peritos internacionais. Segundo, abrir uma brecha grande para novos quadros políticos, impedindo que os quadrilheiros de sempre tomem conta de todas as vagas de candidaturas. Terceiro, impedir completamente o marketing político e deixar que os candidatos falem sem nenhuma musiquinha ou câmara lenta, que exponham idéias por pouco tempo e transpareçam tudo pela internet. Quarto, impedir a reeleição em todos os cargos, no Executivo e no Legislativo. Quinto, impedir a terceirização de serviços públicos e de infra-estrutura. Sexto decretar moratória negociada para a divida externa. Sétimo, deixar de exportar proteína e voltar toda a produção para o bem estar da população. Oitavo, desmontar os grandes sistemas de comunicação, abrindo novas licitações baseadas nos critérios de merecimento cultural, proibindo os grandes poderes do dinheiro e da política adonarem-se da televisão. Nono, estatizar todas as grandes empreiteiras que são as maiores credoras do tesouro nacional. Décimo, acordar.
RETORNO - Morri de pena do Maluf. Muito gordo, muito velho, muito triste, devia estar murmurando, em tom de lamento que faz o balanço de uma vida, enquanto ia para a prisão: "São Paulo, é Paulo, porque Paulo, é trabalhador. São Paulo, é Paulo, porque Paulo, é trabalhador..."
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