Nei Duclós
Como pode ter caído
um anjo, por distraído?
Pisou em falso na nuvem
soltou sem querer a vida
que o prendia ao paraíso
seu berço e seu destino?
Foi levado pelo vento
para os recantos das ilhas
Acordou sem para-quedas
Num salto desprevenido
Sem lembrar de onde vinha
as asas que agora tinha
E seu passado, quimera
de linhagem mais sublime
Virara pó que formava
Um rosto sobre a neblina
Era o amor que perdera
por não saber que num dia
se afoga uma criatura
Que foi eterna e era tudo
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