Nei Duclós
Volto para o canto, onde solfejo pássaros.
Não pergunte o motivo, rosa dos ventos.
Toda vez me ferem em pontos extremos.
Corro para a luz que a manhã produz no pátio.
As árvores entendem, com sua lucidez de folhas.
E me dão motivos pela aspereza da casca.
Abrigo no outono o ciscar de amêndoas.
Teu coração aparece, entre nervuras secas.
Gosto de me esconder, doce confusa.
Vê se não me encontra se o adeus te prende.
Fuja para a sombra onde a flor sustenta
o sopro de um amor que por descuido cala.