Nei Duclós
Fechei os punhos para enfrentar o dia
Mas desarmaste a palma
onde eu guardava a marca das unhas
Tens o dom de ver-me sob a cortina
fora do veludo que cultivas
floresço o espinho, pétala, petúnia
Aprendo a abrir mão do conflito
tua doçura atinge a maestria
aplico-me em cadernos de cama
Não significa que ignoras a sombra
lá sofreste a tontura da neblina
tiras luz em grutas que complicam
e me entregas, flor de amor sublime
só pelo gosto de ser feliz contigo
és o coração, o que perdi no abismo