Criaturas com data de validade não estão aqui a passeio. A
diversão é do destino, onívoro duende. Nós cultivamos a arte como antídoto.
É proibido levar a sério qualquer produto cultural, porque
seria apenas diversão e nada mais. Pergunte ao vazio o que ele acha do riso
forjado.
Comédia é a outra face do drama. Você ri do tropeço alheio,
da escassez do Outro. Ri de si mesmo, fonte de lágrima entre gargalhadas.
Escrevo o que se deixa de lado, lixo marítimo da navegação
costeira. Bilhete de náufrago em garrafa mínima. Busco o graveto, véspera do
ninho.
Não me recebem onde mais faço falta. Salões de arquitetura
suspeita. Conversas de interesses. Quero o amor, cão preso no quintal do
castelo.
RETORNO – Imagem desta edição: obra de Pan Yuliang.
