Na Folha do dia 27 de janeiro de 2007, matéria com ex-agente da repressão uruguaia confirmava velhas suspeitas: o presidente João Goulart (foto) foi assassinado, segundo a fonte, a mando do delegado Sergio Fleury, que obedecia ordens de Ernesto Geisel. Agora numa reportagem de capa a revista Carta Capital mergulha no assunto. A seguir, trechos da matéria da revista liberados para a internet. A íntegra, só para assinantes ou a revista impressa.
JANGO ASSASSINADO?
Gilberto Nascimento, da Carta Capital
Documentos inéditos do Serviço Nacional de Informações (SNI) e de outros órgãos militares do Brasil obtidos por CartaCapital dão detalhes do esquema de vigilância e do monitoramento das atividades do ex-presidente João Goulart no exílio, desde o golpe que o tirou do cargo em março de 1964 até sua morte em 6 de dezembro de 1976. Agentes militares tinham acesso a sua residência e conviviam com o ex-presidente no dia-a-dia.
Os relatos sobre a espionagem, comprovada agora em documentos, reforçam as suspeitas da família de que Jango teria sido morto por envenenamento. Seus familiares receberam um calhamaço de 7 mil documentos sobre o ex-presidente, entregues pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, há dois anos.
Em meio ao caudaloso material, segundo o pesquisador Oswaldo Munteal, da Fundação Getulio Vargas, que trabalhou na catalogação dos documentos, há o relato de um agente infiltrado no apartamento e na fazenda de Jango que descreve ao SNI substâncias que viriam de fora do País e poderiam ser utilizadas para a eliminação do ex-presidente. Essas substâncias seriam tratadas ou trocadas no Brasil. “O relato foi feito pelo agente infiltrado no fim de 1975, cerca de um ano antes da morte de Jango”, afirma o pesquisador.
A denúncia de que Jango teria sido morto com a utilização de um produto químico foi feita no ano passado pelo ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Neira Barreiro, preso por tráfico de armas na penitenciária de segurança máxima de Charqueada, no Rio Grande do Sul. Uma operação montada para vigiar e depois assassinar Jango, segundo Barreiro, foi chamada de “Escorpião” e envolveu os governos do Brasil, Argentina e Uruguai.
Gilberto Nascimento, da Carta Capital
Documentos inéditos do Serviço Nacional de Informações (SNI) e de outros órgãos militares do Brasil obtidos por CartaCapital dão detalhes do esquema de vigilância e do monitoramento das atividades do ex-presidente João Goulart no exílio, desde o golpe que o tirou do cargo em março de 1964 até sua morte em 6 de dezembro de 1976. Agentes militares tinham acesso a sua residência e conviviam com o ex-presidente no dia-a-dia.
Os relatos sobre a espionagem, comprovada agora em documentos, reforçam as suspeitas da família de que Jango teria sido morto por envenenamento. Seus familiares receberam um calhamaço de 7 mil documentos sobre o ex-presidente, entregues pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, há dois anos.
Em meio ao caudaloso material, segundo o pesquisador Oswaldo Munteal, da Fundação Getulio Vargas, que trabalhou na catalogação dos documentos, há o relato de um agente infiltrado no apartamento e na fazenda de Jango que descreve ao SNI substâncias que viriam de fora do País e poderiam ser utilizadas para a eliminação do ex-presidente. Essas substâncias seriam tratadas ou trocadas no Brasil. “O relato foi feito pelo agente infiltrado no fim de 1975, cerca de um ano antes da morte de Jango”, afirma o pesquisador.
A denúncia de que Jango teria sido morto com a utilização de um produto químico foi feita no ano passado pelo ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Neira Barreiro, preso por tráfico de armas na penitenciária de segurança máxima de Charqueada, no Rio Grande do Sul. Uma operação montada para vigiar e depois assassinar Jango, segundo Barreiro, foi chamada de “Escorpião” e envolveu os governos do Brasil, Argentina e Uruguai.
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