O Festival de Cinema Nacional, da Globo, é a veiculação, na grade da rede, de produtos cacifados pelo dinheiro público, com atores, roteiristas e diretores globais. O Sistema Globo deveria assumir inteiramente as despesas desses filmes, já que acaba aproveitando tudo na sua programação, transformando o cinema brasileiro numa continuação das novelas e das mini-séries. É um troço que começa coma voz esganiçada da Xuxa, passa pelos noticiários de entretenimento (hummm, está muito bom...) e as asneiras do “Vale a Pena Ver de Novo”, com o Tony Ramos fazendo assim com as mãos para compor seus inúmeros-sempre-o-mesmo personagem(ns).
Depois vai para a “Sessão da Tarde” (a idiotia americanizada embalada para adolescentes ágrafos) e vai se intensificando ao longo do dia e da noite até chegar ao sovaco do Otávio Augusto. Mas, como tudo no Brasil, é a grana dos impostos que serve para manter o esquema, que aprisiona todo mundo nas mesmas abordagens, figuras carimbadas, baixarias, pseudo-criatividade, entre outras mumunhas.
Vamos pegar algumas atrações desse sistema perverso. “O coronel e o lobisomen”, por exemplo, baseado num livro homônimo que é uma jóia da língua, de José Cândido de Carvalho, em que o apuro da linguagem exige no mínimo leitura atenta. Transformaram tudo num teatrinho de marionetes, com maquiagem fake e atores que, desprovidos do biotipo necessário aos personagens, são sempre os mesmos, interpretando da mesma forma e invariavelmente sendo considerados criativos.
Guel Arraes participa do roteiro. O filho de Miguel Arraes é o símbolo do cinema fake acanalhado e desprovido (ou seja, sem o gênio) de Glauber Rocha. Ele e sua equipe fazem um cordel sem ideologia. Foi preciso utilizar um sobrenome do Brasil resistente para provar que toda a pregação revolucionária do Cinema Novo precisa ser desmascarada, alvo de deboche, triturada e esquecida.
Ou vocês viram alguma vez algum filme de Glauber na Globo? O que em Glauber era exorcismo da opressão, celebração de raízes populares, busca de manifestações transgressoras na tradição popular, no Novo Cinema é a celebração da baixaria, a justificativa da obscenidade, como vimos ontem no filme “Ó Pai, Ó”. Numa Salvador favelada, mas colorida para o usufruto do turismo sexual, os brasileiros se entregam à orgia em meio à miséria, numa seqüência de filme pornô. Dá pena ver talentos como Lázaro Ramos num esforço transformista de avacalhamento pessoal. Mas isso já aconteceu com a Merryl Streep, grande atriz que com o absurdo “Mamma Mia” mostrou que pode virar a Madonna.
Uma coisa importante a se dizer é que esses filmes do pseudo Novo Cinema no fim são premiados a torto e a direito. Porcarias como “Bendito é o fruto” (aparentemente, uma "denúncia" dos preconceitos, mas no fundo a reiteração de comportamentos torpes) levantaram um monte de prêmios. Agora é moda destacar os filmes dirigidos pelos atores mais notórios do sistema, enquanto outras obras fora desse circuito são tratadas com indiferença. A Síndrome da Moita é coerente: tudo faz sentido na desconstrução do Brasil soberano.
Faz parte desse sistema perverso a série “Maysa, quando fala o coração”. Os capítulos que se seguiram à estréia aprofundaram a imagem torpe da grande artista, transformando-a numa mulher vazia e cruel. A única coisa verdadeira da série é a voz de Maysa, que por sorte não dublaram. A personagem é uma pobre coitada que provoca pena nos familiares e nesse ex-marido tão fofo que vive com um ramo de rosas na mão. É de arrebentar os gargomilhos.
RETORNO - Imagem desta edição: cena do filme "Ó paí ó". O desfrute pornô apresentado como celebração da cultura popular.
Depois vai para a “Sessão da Tarde” (a idiotia americanizada embalada para adolescentes ágrafos) e vai se intensificando ao longo do dia e da noite até chegar ao sovaco do Otávio Augusto. Mas, como tudo no Brasil, é a grana dos impostos que serve para manter o esquema, que aprisiona todo mundo nas mesmas abordagens, figuras carimbadas, baixarias, pseudo-criatividade, entre outras mumunhas.
Vamos pegar algumas atrações desse sistema perverso. “O coronel e o lobisomen”, por exemplo, baseado num livro homônimo que é uma jóia da língua, de José Cândido de Carvalho, em que o apuro da linguagem exige no mínimo leitura atenta. Transformaram tudo num teatrinho de marionetes, com maquiagem fake e atores que, desprovidos do biotipo necessário aos personagens, são sempre os mesmos, interpretando da mesma forma e invariavelmente sendo considerados criativos.
Guel Arraes participa do roteiro. O filho de Miguel Arraes é o símbolo do cinema fake acanalhado e desprovido (ou seja, sem o gênio) de Glauber Rocha. Ele e sua equipe fazem um cordel sem ideologia. Foi preciso utilizar um sobrenome do Brasil resistente para provar que toda a pregação revolucionária do Cinema Novo precisa ser desmascarada, alvo de deboche, triturada e esquecida.
Ou vocês viram alguma vez algum filme de Glauber na Globo? O que em Glauber era exorcismo da opressão, celebração de raízes populares, busca de manifestações transgressoras na tradição popular, no Novo Cinema é a celebração da baixaria, a justificativa da obscenidade, como vimos ontem no filme “Ó Pai, Ó”. Numa Salvador favelada, mas colorida para o usufruto do turismo sexual, os brasileiros se entregam à orgia em meio à miséria, numa seqüência de filme pornô. Dá pena ver talentos como Lázaro Ramos num esforço transformista de avacalhamento pessoal. Mas isso já aconteceu com a Merryl Streep, grande atriz que com o absurdo “Mamma Mia” mostrou que pode virar a Madonna.
Uma coisa importante a se dizer é que esses filmes do pseudo Novo Cinema no fim são premiados a torto e a direito. Porcarias como “Bendito é o fruto” (aparentemente, uma "denúncia" dos preconceitos, mas no fundo a reiteração de comportamentos torpes) levantaram um monte de prêmios. Agora é moda destacar os filmes dirigidos pelos atores mais notórios do sistema, enquanto outras obras fora desse circuito são tratadas com indiferença. A Síndrome da Moita é coerente: tudo faz sentido na desconstrução do Brasil soberano.
Faz parte desse sistema perverso a série “Maysa, quando fala o coração”. Os capítulos que se seguiram à estréia aprofundaram a imagem torpe da grande artista, transformando-a numa mulher vazia e cruel. A única coisa verdadeira da série é a voz de Maysa, que por sorte não dublaram. A personagem é uma pobre coitada que provoca pena nos familiares e nesse ex-marido tão fofo que vive com um ramo de rosas na mão. É de arrebentar os gargomilhos.
RETORNO - Imagem desta edição: cena do filme "Ó paí ó". O desfrute pornô apresentado como celebração da cultura popular.
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