27 de janeiro de 2009

O MUNDO CAIU


Menos 130 mil empregos na indústria brasileira em dezembro, menos 76 mil empregos só ontem em todo o mundo. As multinacionais se livram do encargo, pois jamais quiseram gerar empregos, só riquezas, para os donos. A jactância do atual governo era subproduto dessa bolha assassina que alimentou de mentiras a mídia comprada durante anos. Agora os analistas econômicos se enrolam para tentar sair do embrulho, da maneira como sempre souberam, elegantemente.

“A expectativa é que o mundo se livre da expectativa”, disse um deles ontem ao vivo. É a coisa como um todo, entende? Cheio de perguntas respondidas na hora, como : as empresas ganharam muito dinheiro? Resposta: ganharam. Para onde foi esse dinheiro? Resposta: para pagar impostos, disse o analista. Mentiu. Deveria dizer: para o fiofó dos executivos e proprietários. É para lá que foi a bufunfa, guardada hoje nos bancos.

Com a grana, o governo deveria investir em infra-estrutura, em vez de se pavonear mundo afora participando de todos os festejos. Uma chuva destrói São Paulo em poucas horas, revelando o que é: uma gigantesca favela. Geramos apenas ruínas, essa é a nossa única obra. Como fica o ministrinho pedetista Luppi, que adorava dizer que os números fajutos do emprego maquiados eram obra dele, o trabalhista da hora? Trabalhista uma pinóia. Trata-se de um tratante. Jogou nos ombros do trabalhismo todo o ônus do miserê provocado pela incompetência do governo petista-tucano. Até emprego de passeador de cachorro vai escassear.

As perguntas, e respectivas respostas deveriam ser outras:

-Estavam todos mentindo?
- Sim.
- Por que mentiam?
- Mentiam porque isso dá lucro, que eles embolsam.
- O mundo está em recessão?
- Faz tempo. Não deveria, pois tem capacidade de gerar riquezas que, se fossem bem distribuídas, não levariam todo mundo para uma sinuca de bico, como agora.
- E a modernidade?
- O gato comeu. O filme The Enforcer, de 1951, sobre uma quadrilha especializada em matar, continua atual. Grande filme.
- Ainda estamos na era do conhecimento?
- Nunca estivemos. Vivemos a idade das trevas. Vejam a Praça da Soberania do Oscar Niemeyer. Provocou indignação geral em Brasília. Projeto de estacionamento para 3 mil carros. Concreto para dedéu. O de sempre. Só agora, depois de um século de barbaridades do grande arquiteto, resolveram reclamar? Tarde piaram.
- O mundo voltará a ser como antes?
- Voltará. Não aprendemos nunca.
- Qual a saída?
- Respeito às leis trabalhistas, o único programa de distribuição de renda do Brasil, estímulo ao empreendedorismo, com diminuição de juros e impostos, investimento pesado em infra-estrutura, distribuição de terras aráveis para um projeto nacional alimentar de longo prazo, limitação do plantio de cana e soja, fim das exportações de proteína, renegociação das dívidas, externa e pública, expulsão da invasão chinesa na indústria e no mercado, investimento pesado em educação, segurança e saúde. Além de dez chibatadas em praça pública em todos os analistas políticos, executivos de multinacionais que demitem e políticos corruptos.

Viram? É fácil. Tenho para mim que isso tudo é um apronte contra Obama, para desmoralizá-lo de cara.

RETORNO - Imagem desta edição: cena de "The Enforcer" (1951), com Humphrey Bogart, dirigido por Raoul Walsh, que não quis assinar a obra, pois apenas substituía um colega que precisou fazer tratamento de saúde.

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