24 de junho de 2018

MESMA LÍNGUA

Nei Duclós


Não posso ser contra você
Por seres a favor do que sou contra
O que pensas de oposto a mim não conta
Nem o que sentes devo sentir escândalo

O que resta então do tanto que somos
Se não há sintonia valerá a amizade?
Estaremos armados na fronteira do front?
Falaremos horrores para marcar território?

Ou será que é uma outra freguesia
O que nos aproxima no drama do ofertório
Será a memória, do tempo de ser livre
Da ameaça de viver em pé de guerra?

Talvez o que é humano venha da poesia
Que recitamos diante de quem tomba
Ler os avisos para deixar de ser tontos
Paz na diferença, falando a mesma língua



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