7 de setembro de 2016

RESGATE NOS REDUTOS



Nei Duclós

Imaginei meu corpo remoto,
em algum porto perdido.
Exausto até dos navios,
que jamais trazem a boa nova.

Mendigo do cais
a catar palavras de plástico
para vender no mercado.

Numa delas, um bilhete teu,
escrito aos garranchos.
Estavas submetida às ordens dos piratas.
Foi quando me engajei num barco de guerra
disfarçado de transporte de carga.

Fiquei atrás do canhão maior
e treinei a mira até chegar aos teus redutos.
Lá te tirei das garras dos bandidos.
Estavas trêmula de saudade,
flor que não se esgarça.


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