Nei Duclós
Está ficando tarde. Hora do poema
sem rosto. O que chega nas horas
soltas, sem combinar nada.
E se impulsiona numa alavanca de voos,
jogando-se das torres para os campos.
Sofre a porção de fé no mar ignoto.
O que assustou a artista de esboços,
que deixou tudo sem ficar pronto.
Rompe a palavra então num sufoco.
É hora do verso louco, do passo manco,
do extremo esforço da voz rouca,
que ninguém ouve, a não o escriba torto,
corpo carregado de cincerros.
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Joseb Elorza
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