Nei Duclós
Quando eu me
for, sentirei saudade. Deste lugar, que inventamos de manhã, depois de longa
madrugada.
Fui correndo
ver quem era. Era tu, chegando onde não me encontro
- Quem disse
que estou nua? disse ela ao telefone.
- Tua voz não se abotoa, disse ele, distante.
- Tua voz não se abotoa, disse ele, distante.
Tarde acenei
para teu refúgio. Já estavas recolhida, flor que se fecha
Meia noite é
igual a zero badaladas. Doze vezes sinos de um segredo. Teu veludo sob a seda, tua
perna sem a meia.
Prefiro não
lembrar. Quando lembro, coincide a lua cheia.
Desistimos
do amor, mas só por um instante. O tempo que levaste para voltar da esquina.
Aguardas meu
beijo, à espera da brisa que me traz teu perfume
É divertido
adivinhar o que deveríamos viver. Parece real essa palavra que sangra.
Me manténs
no cabresto, por ser cão de forçado delírio. Largue a corrente. É só fantasia.
Não sou
melhor do que ninguém, disse o Profeta. Sou apenas o Escolhido.
Fui deixado
para trás, no front.
- De onde vem tanta inspiração? perguntou a estudante.
- Vem da palavra, mecanismo de fôlego, disse o autor.
Rolas do
nada para diante dos meus olhos
Depois sobes em direção ao sonho .
Nunca foste lua, vórtice sem nome
Criatura sem batismo, pitonisa de fogo
Depois sobes em direção ao sonho .
Nunca foste lua, vórtice sem nome
Criatura sem batismo, pitonisa de fogo
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